Dá pra tolerar?
21/01/15 19:49Até que ponto meu direito religioso termina quando começa o do outro?
Se um pastor se vestir de branco e, “disfarçado”, pregar o evangelho numa praia –lugar público– durante um culto a Iemanjá, ele estará nadando contra a maré da tolerância religiosa?
Quem joga a primeira pedra: o fiel que invade terreiros ou o pastor de sua igreja que chamou Oxum de boba, feia e chata?
Minha religião diz que a sua é pecado. Como bom cristão, não é meu dever tentar convertê-lo?
Pode chamar de macumbeiro? E de crente? Palavras ferem mais do que pedras?
Não tenho a resposta pra nada disso aí em cima, não. Mas conversei uma hora com o babalorixá Rodney William, doutorando em antropologia na PUC-SP, e o pastor Sezar Cavalcante, reitor da Faculdade Teológica Betesda, em Campinas (SP), para tentar por que tanta gente fala em “guerra religiosa” ao opor evangélicos e adeptos de religiões afrobrasileiras.
O debate foi ao ar nesta quarta (21), ao vivo, na “TV Folha”. Dia Nacional do Combate à Intolerância Religiosa, aliás.
Nas redes sociais, leitores reagiram ao bate-boca dos convidados.
Francisco comemorou: “Tem um pastor e um pai de santo debatendo a intolerância religiosa na#tvfolha, vou pegar a pipoca”.
“Começaram a ser intolerante entre eles mesmo, vai entender!”, comentou Cristiano.
Entendamos, pois. Sal a gosto.